O meu cupido é gari, e essas proteínas também
"LIXEIROOOOO!!!!", poderiam gritar as proteínas utilizadas por pesquisadores das renomadas universidades de Yale e Stamford, nos Estados Unidos. Estudos recentes têm mostrado uma gama de moléculas com capacidade de "limpar" moléculas no meio extracelular e podem ser utilizadas no combate de diversos tipos de doenças.
O primeiro passo para o desenvolvimento destas "proteínas lixeiras" foi dados em 2001, quando pesquisadores reportaram o desenvolvimento de duas proteínas que atuavam limpando a células de proteínas ligadas ao câncer. As proteínas trabalhavam em dupla, com uma delas captando as proteínas nocivas e a outra atuando como receptora na membrana plasmática e encaminhando o "lixo" para a degradação. O método foi batizado de PROTAC e, apesar de promissor, ainda tinha limitações como a rápida degradação das próprias proteínas efetoras e uma eficiência muito maior dentro do que fora das células.
Novas tecnologia aprimoraram o método PROTAC, aumentando a especificidade do sistema e promovendo novos insights sobre possíveis usos da tecnologia. A procura para degradar proteínas pró-inflamatórias, como as placas beta-amiloides, associadas ao mal de Alzheimer, é o principal alvo hoje em dia. Empresas farmacêuticas já investiram quase 100 milhões de dólares em pesquisas de desenvolvimento de novas "drogas lixeiras" e outras já miram cifras bilionárias em caso de resultados positivos.
A tecnologia pode prover um futuro em que tenhamos um sistema de coleta seletiva de lixo não só nas cidades e em nossas casas, mas também em nossas células. Será que os conceitos de "estar limpo" será molecularmente atualizado?
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