Uma bomba molhada: O Lago Africano que pode Explodir
É isso mesmo que você ouviu, amiguinho: água explode! Talvez você já saiba disso assistindo a vídeos do Manual do Mundo (Iberê, nota a gente!), mas o que vem acontecendo no Kivu, na República Democrática do Congo vai muito além do que um plec de uma biribinha. Há riscos de cidades inteiras serem varridas do mapa por explosão. Mas como um lago pode explodir? Pois senta que lá vem história.
Em maio deste ano, um dos vulcões mais ativos da África, o Mount Nyiragongo, entrou em erupção. A lava dessa erupção chegou até a cidade de Goma, causando algumas mortes e fazendo quase meio milhão de pessoas precisarem deixar suas casas. E o pior ainda estava por vir.
Após o fim da crise causada pelo vulcão, cientistas e governantes perceberam um novo (e enorme problema): o Lago Kivu, que fica na fronteira entre a República Democrática do Congo e Ruanda abriga uma anomalia geológica que contém 300 quilômetros cúbicos de dióxido de carbono dissolvido e 60 quilômetros cúbicos de metano, misturados com sulfeto de hidrogênio tóxico. O lago tem o potencial de liberar esses gases de forma explosiva em um fenômeno raro conhecido como erupção límbica. Isso poderia enviar um enorme pulso de gases que retêm o calor para a atmosfera: o lago retém o equivalente a 2,6 gigatoneladas de gás carbônico, o que é igual a cerca de 5% das emissões globais anuais de gases do efeito estufa.
Não bastasse tudo isso, o desastre poderia encher o vale circundante com gás tóxico e sufocante, potencialmente matando milhões de pessoas. “Isso poderia criar um dos piores, senão o pior, desastres humanitários naturais da história”, disse à Nature Philip Morkel, engenheiro e fundador da Hydragas Energy, com sede em North Vancouver, Canadá, que está tentando obter financiamento para um projeto de remover e utilizar o gás do lago.
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